Eu componho as minhas músicas quando vem a inspiração Num estudio dentro da mata, ao som do meu violão Ouço vozes de passarinhos, entrando pela janela Invadem o meu gravador, e a canção sai mais bela Lá ninguém atira pedras, também não tem alçapão Lá os passaros gorjeiam e fazem a reprodução Isto que eu digo a vocês juro pelas minhas mãos Os passarinhos la de casa, dos meus filhos são irmãos Lá onde eu moro ainda canta o sabiá Lá onde eu moro ainda canta os passarinhos Lá onde eu moro eles não ganham pedradas Lá onde eu moro eles ganham os meus carinhos As quatro e meia da manhã na primavera Eles me acordam com a sua sinfonia Abro a janela para ouvir meus companheiros Quase me matam de emoção e alegria Pra responder de violão desço pra mata Os sabiás pensam que estou provocando Cantam mais alto para abafar minha voz Não admitem que eu venço eles cantando Então eu paro de cantar eles se sentem Com a vitória porque são os reis da mata Toco violão e fico lhes acompanhando Penso em pessoas que ainda são ingratas Prendem os passaros para cantar em gaiolas Que mal fizeram para cantar na prisão Abram as portas das gaiolas e soltem todos Abram também o seu ingrato coração Os sabiás na minha casa cantam soltos Perto de nós lá ninguém lhes faz maldades Fazem seus ninhos na beiradinha da casa E vão cantando para nós em liberdade Os sabiás os bem-te-vis os João-de-baro Os tico-ticos os canarios e outros mais Da naturaza eles são a própria voz E a naturaza não pode acabar jamais Os passarinhos são tão simples são tão puros São tão divinos e nós dão tanta esperança Os passarinhos pela sua inocência Eu imagino o passarinho uma criança A garotade que me ouve nesta hora Preste atenção meus queridos amiguinhos Não dão pedradas não maltrate lembre disto Vocês também são meninos passarinhos