Me chama
Minha voz chora e reclama
A saudade é um cego em outro
Desolhar que o espelho engana
Me entrego
Sangue em fúria de navalha
Rasgo em cicatriz no tempo
Carne em pus que se retalha
Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana
Quem ama
Sobe a um céu de marijuana
E a saudade é feito gosto
Que esqueceu de ser lembrança
Eu quero que essa dor que me acompanha
Seja como flor ao vento
Que perfuma enquanto apanha
Seja como flor ao vento
Que perfuma enquanto apanha
Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana
Entre lençóis me deixa
Diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana
Entre lençóis me deixa
Diz, diz, diz quem manda
Como quem só me inflama
Ê, cigana
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